Alice, Rafael Gomes.

Diretor: Rafael Gomes
Duração: 15' 21"
Nacionalidade: Brasileiro
Ano: 2005
Com: Simone Spoladore e Fernando Alves Pinto.

A questão da distância. Esmir, que faz a montagem do filme, uma vez disse que estar perto não é físico. É uma verdade falsa, ou uma falsa verdade, ou só uma verdade incompleta. Alice vem à São Paulo, Alex mora em São Paulo. Ambos sentem a falta do todo. Ambos sentem o buraco e a falta de membros. Alice retorna, Alex permanece. É que é estranho estar tão perto. E São Paulo? São Paulo se mostra, se desdobra e só aumenta distâncias. E o encontro? O encontro é maior do que se espera. A separação os faz se encontrar nos mesmos trilhos, de novo cito Esmir. E os sentimentos? Nada se sabe, só o que é dito. 


Alice por rafael_gomes

Solipsist, Andrew Thomas Huang.

Diretor: Andre Thomas Huang
Duração: 10' 10''
Nacionalidade: Americano
Ano: 2012
Com: Mary Elise Hayden, Marissa Merrill & Dustin Edward

o curta é bonitão.

Occupations, Lars Von Trier.

Diretor: Lars Von Trier
Duração: 3' 1''
Nacionalidade: Francês
Ano: 2007
Com: Lars von Trier, Jacques frantz (Com um Willem Dafoe e Bryce Dallas Howard de fundo)


Occupations, de Lars Von Trier, é na verdade um dos 33 curtas que, juntos, formam Cada Um com Seu Cinema (Chacun son Cinéma), de 2007, criado para homenagear o festival de Cannes em seu 60º aniversário. Cada um dos 33 filmes, de três minutos cada, deveria representar os mais pessoais sentimentos dos diretores em relação ao cinema. Isso é o que von Trier sente.
Lars von Trier, nesse curta encarnando a si próprio, remonta sua estada no festival de Cannes quando teve seu filme Manderlay exibido, em 2005. Remontando o acontecido, von Trier cria uma situação onde um sujeito pedante, auto-afirmativo (provavelmente carente) e chato lhe perturba durante a sessão. Qual a reação do Lars? Levemos em conta tudo o que conhecemos sobre o sujeito. Levemos em conta seus filmes, seu senso de humor, suas palavras... Levemos em conta seu olhar. Não esbanja dos recursos de sempre. Temos uma câmera estática e poucas mudanças de plano. Temos a sutileza e a grosseria desse homem, que juntas o fazem genial. Me gusta.

Vinil Verde, Kleber Mendonça Filho.

Diretor: Kleber Mendonça Filho
Duração: 16' 23''
Nacionalidade: Brasileiro
Ano: 2004
Com: Gabriela Souza, Ivan Soares e Verônica Alves.

Filha e Mãe moram juntas. Mãe assiste, todos os dias, o espetáculo que é sua filha acordar, mas quem sabe se isso durará para sempre? Mãe e Filha assistem juntas ao tele jornal. Enquanto assistem, Mãe faz cafuné na cabeça de Filha, até te quando ela faria?
Mãe, como toda mãe, resolve apresentar sua filha a seus companheiros de infância, discos de vinil.
Mãe presenteia a filha com uma caixa contendo uma vitrola e disquinhos, desses coloridos que ganhavamos nas Casas Bahia, ou em qualquer outra loja de departamentos. Mãe só diz uma coisa a filha, repetidamente a faz jurar. Nunca ouça o disco verde. Nunca ouça o disco verde. Nunca ouça o disco verde. A filha jura, promete, repetidamente. Mãe vai trabalhar, e Filha vai explorar sua coleção de disquinhos.




(Descobri como embebedar filmes aqui)

How It Feels To Bu Run Over, Cecil Hepworth.

Diretor: Cecil Hepworth
Duração: 49''
Nacionalidade: Britânico
Ano: 1900
Com: Cecil Hepworth e May Clarck.

A história é simples, o título é auto explicativo.
O bacana é o contexto. Uma carroça passa, nada ocorre. Mas oras, o que havia de ocorrer? O cavalo é inteligente, sabe que se houver alguma coisa na frente ele deve parar, ou ao menos desviar. O carro não. O bacana é ver que o carro opta por usar a mão esquerda da rua, uma antiga convenção inglesa, como que para sinalizar que não deve haver ninguém a sua frente. Oras, é um carro, apenas os mais abonados tinham carros, os outros que saiam da frente!
E por último, mas não menos importante! O primeiro registro conhecido de uso de legendas em um filme. Nesses filmes velhos, onde não havia voz, apenas uma trilha musical, o recurso encontrado foi a legenda, e vemos a irônica fala "Oh! Mother will be pleased!"
Enfim, não toma muito tempo, é um filme bacana e tem sua importância.

Sketchi, Lily Sun.

Diretor: Lily Sun
Duração: 2'48''
Nacionalidade: Acho que americano
Ano: Acho que 2011

Uma menina brinca com seu precioso cão de estimação, o cão é velho, sofre para correr atrás da bola, mas em um sopro de juventude eis que o cão desliza sobre suas patas e sente mais uma vez o vento sacudindo suas orelhas. Sente pela última vez. Sketchi cai morto no chão. E o que surpreende nessa história é a menina que, em amores por seu velho cão, tenta revivê-lo de todas as formas possíveis, nem que para isso tenha que sacrificar um ou dois dedos do bichinho.
O bonito é que tanto esforço surte algum efeito. No final ela consegue trazer alguma espécie de vida ao cão.
Post dedicado à Piti, minha cachorra mais velha do mundo que morreu há uns dias atrás. Vítima de um sanguinário atropelador de cachorrinhos. Deu seu último suspiro na mesma rua que o amor de sua vida.

Sketchi - an animated short from Lily on Vimeo.

Saliva, Esmir Filho.

Diretor: Esmir Filho
Duração: 14'10''
Nacionalidade: Brasileiro
Ano: 2007
Com: Mayara Comunale, Gabriel Cavicchioli e Hellen Vasconcelos

Qual o terror que uma pessoa não sente quando lhe apontam o dedo e dizem "B.V."?
A menina é uma criança, mas já sente a pressão do mundo para que abandone as bonecas. Ou antes... para que abandonar as bonecas? Pode-se brincar com os meninos e, depois, quando chegar em casa, com as bonecas.
O mais incrível é o processo pelo qual a personagem passa. A primeira metade do filme só vemos o terror que ela sente ao pensar em compartilhar a saliva de um estranho... Na outra metade, o terror desaparece. O mais engraçado é pensar que todo mundo passou por isso, não exatamente dessa forma, mas todo mundo já pegou o copo que o tio bebeu e foi correndo lavar e trocar a água para beber. Tem gente que faz isso até hoje... Eu ainda faço.


Link Para Assistir: www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=5083&Exib=1